sábado, 11 de janeiro de 2020

DO DESMANCHE - Salomão Souza

Quem não se sente ilustre
visitante com poderes temporários
indo rumo ao fogo sagrado de Héstia
a exigir que gracioso hospedeiro o alimente

Quem não se sente
aéreo parasita quando lhe roça
no rosto o definhar morto
do caule apodrecido

Quem não sente o chamado do monturo
que as fibras se ausentam
que se afasta do sagrado fogo de Héstia
quando se despenca agarrado ao caule morto

Quando evita a tecla de interrogação
só para não ter de dar a resposta
Não ter de fugir da luz
e da demência da migalha

E outro transporte a semente
de crescer o parasita
Será definhado o viço
de outro caule

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