quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

SONETO Nº 5 – BRUNO MENEZES

Para falar-te assim, nesta linguagem,
obsedado por este pensamento,
do desejo na ardente vassalagem,
fiz de tio o meu íntimo tormento

Ânsia do mar trazida pelo vento,
beijei teu corpo de aroma linhagem,
como se, pelo amor, nesse momento,
fôssemos presa de fatal voragem...

Na possessão de todos os sentidos,
tinhas ternos murmúrios, languescidos,
que no arroubo da carne eu bendizia...

Mas, no delírio da paixão incalma,
tornei-me cego, para achar tua alma,
"O que de olhos abertos eu não via."

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