terça-feira, 7 de janeiro de 2020

PERCURSO - Nilza Azzi

Fui deixando pra trás os sonhos meus
e assim troquei os passos, fui adiante,
nas escolhas que fiz a cada instante,
nas várias formas de dizer adeus.

E quanto mais sonhei, mais relevante
– ó devaneios pálidos e ateus –
foi a vontade de saber de um deus
que desse a mão ao ser itinerante.

Mas nunca o meu caminho ele cruzou,
para sustar minhas andanças ou
para ajustar meu passo ao paraíso,

ao desapego simples e eficaz,
que o desencanto desta vida traz,
ao despertar mais rápido e preciso.


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