Zona portuária, espectro de blenorragia
e cargueiros.
A puta se mira no espelho
mão no queixo, como se perguntasse:
- Que meios, para atravessá-lo?
Eu responderia:
- Mil vezes, o outro lado.
Ela sorri pelo canto amargo da boca
e desaparece atrás do biombo chinês.
Ouço o chocalhar das abluções
como as mareias no casco do cargueiro.
Considero o toucador colorido,
espectro de enormes vidros de loção.
Estou nu como uma garrafa,
nudez de vidro,
o quarto é o Éden.
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