Do livro “Ômega & Alfa”
Na curva dos caminhos dos porcos
o tempo estacionou taciturno
apagou a luz da rua
trouxe o vento frio
e pintou o horizonte de nada.
Homens gritaram crueldades
o dia fez-se vagabundo
e os poderosos filhos
das putas:
sargentos, coronéis,
generais,
deputados, senadores,
ministros
abriram os cadafalsos
e despejaram neles as
línguas dos vivos.
A sirene do calabouço tocou ao longe
e o chicote do feitor vibrou na escuridão.
Na curva dos caminhos dos porcos
os proprietários das pocilgas da pátria
levaram repasto de merda para o povo.
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