parece um cais muito
antigo
à volta da minha
boca.
Mas as palavras querem
voltar à terra
ao fogo do silêncio
que sustém as pontes
perdidas na sua
própria sombra.
E há um cão de pedra
como um fruto
que nos cobre com o
seu uivo
enquanto pássaros de
ouro com mãos de marfim
transplantam as
árvores transparentes
para o ponto mais
fundo do mar.
As lágrimas que não
chorei
arrependidas
fazem transbordar a
eterna agonia do mar
como um lençol
fúnebre
com que tivesse
alguém coberto o rosto metafórico
dos cinco continentes
que em nós existem.
Assim é ao mesmo
tempo
que sou eu e não o
sou
aquele relógio das
horas de ouro
que
além flutua.
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