domingo, 1 de dezembro de 2019

MAIO – Adelmar Tavares

Que sensações estranhas, esquisitas,
como um desejo de também ter asas,
para ser como os pombos sobre as casas,
toda vez, Maio em flor, que me visitas !

Tu, minh'alma, na dor em que te abrasas,
dentro da escuridão em que te agitas,
és um solar de aparições malditas,
uma lareira onde morreram brasas.. .

Maio, carregas mágoas e venturas,
flores aos laranjais e às sepulturas,
fecundas cravos e fecundas goivos...

Atêas tanto das paixões as chamas,
quanto de fria solidão derramas,
dentro dos corações que foram noivos...

Nenhum comentário:

Postar um comentário