Só lhe restava o mágico violino
nessa vida de eterno sofrimento;
único amigo, um outro peregrino
na rota desgraçada do talento.
Como sentia o mísero instrumento,
nessa alma rude, um lenho pequenino,
que tinha em mãos do dono um sentimento
que era "mais do que humano, era
divino!"
E juntos iam no fulgor das cenas
confundir num adágio as suas penas,
irmãos na glória, gêmeos no tormento!...
Mas morto um dia o artista, gente absurda
quis tocá-lo... mas ah! tinha a alma surda...
já não sentia o mísero instrumento!...
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