quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

AFERRADO - José Weiss

Casco escuro, proa alta
o menino, ao lado do pai,
ia ver navios ancorados no cais.
Lá está um agora,
da janela do escritório
é possível enxerga-lo
quase por inteiro
Um navio tem soberba serenidade
desperta invejas
em breve, singrará outra vez
Ele não navega,
é um Ulisses sem Penélope
para quem voltar
Contenta-se em
ver de longe o navio
volta ao trabalho
e constata que
o café já está frio.

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