terça-feira, 3 de agosto de 2021

ODEÁGUAS – Hamilton Faria

 

ao Rio Negro
.....
Águas de onde
O céu se esconde
Por trás dos montes
Nas tuas telas

Desenho nelas
Um mar de águas
Que se evapora
No lá de longe

Onde não há
Hoje ou ontem
Águas que montes
Cavalgam horizontes?

E onde o sol
Se põe contente
Dizendo adeus
Ao dia errante

Águas pra onde
Me levas sempre
Nem sei se nasces
Ou morres onde

Sei só que trazes
O que não há
O que não finda
O que não diz –

Dirá ainda?
Águas me levas
Algum lugar
E o que me trazes

Não sei o que
Será quando
Águas de úberes
Vaca sagrada

Bebe-se nelas
O doce leite
Do riomar
Que galga o céu

Como prece o altar
Ó rio que fonte
Te pariu onde ?
Rio voraz

Que não és mar
Se tudo tomas e
Te apraz ?
Que não és mar

Tu que não tens
Sonhos de fonte
Ou inocente córrego
Sem horizonte ?

Que nasceste
E a morte não virá
Te visitar
Soma das águas !
Que sonham
A
Mar

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