segunda-feira, 23 de agosto de 2021

SOBRE LEVEZA E INUTILIDADES – Celso Mendes

 

Eu ando a caça de palavras aladas
que possam compor versos planadores
e recheados de desimportância.

Palavras-borboletas, conhecedoras
do voo e da metamorfose,
donas de seu destino.
Não desejo aprisionar significâncias.

Se for à noite,
que sejam palavras vaga-lumes
ou de estrelas falantes.
Estou cansado de opacidades,
de seriedades,
do inútil marrom que não sabe sorrir.

Feliz eu ficaria se delas nascesse
um poema com a mesma inutilidade
dos aviõezinhos de papel,
tantas vezes atirados ao vento
bem de lá da minha infância...

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