PREFÁCIO DO POETA VALDECI FERRAZ - RECIFE/PE
Como posso definir este BAILADO do meu amigo Rafael Rocha?
O que eu sei é que este poema é uma dança em um determinado tempo na vida do poeta, seguindo os sons dos seus amigos e camaradas, dos familiares, dos irmãos e das irmãs, da sua mulher amada e de tantas outras e outros que passaram por sua existência.
Neste seu muito especial trabalho poético, Rafael dança e faz o mundo ao seu redor dançar em um bailado vertiginoso e incomum.
A construção do poema mostra isso: "Un allegro. Une arabesque. Un adagio. Un temps levé. Une pirouette". Um mergulho. Um salto longo. Um passo para frente. Outro para trás. Um rodopio.
O poeta baila acompanhado por fatos e seres humanos. Cria uma coreografia especial e faz o leitor sentir os ritmos nascidos dentro, fora e através de cada página.
Ele deixa o medo de lado. Deixa a timidez de lado. Deixa a insegurança longe e mostra o bailado de uma época toda sua e também nossa.
Por ser um poeta-personagem, Rafael gosta de se expor em toda sua humanidade, fazendo ligação direta com as mais diversas pessoas que estiveram ao seu redor nesse tempo. Não apenas eu, mas todos os seres humanos que naqueles distantes meses de julho e agosto do ano de 1982 viveram lado a lado com ele.
Seus bailarinos coadjuvantes.
Seus dançarinos anônimos e não anônimos.
Sempre pedi, quase que diariamente, ao poeta Rafael Rocha – amigo leal, confidente e cúmplice literário – que divulgasse este poema. Ele é seu autorretrato em um tempo. Mas isso é com o poeta. Ele pode estar recriando nos dias atuais uma nova coreografia em sua dança, talvez para que possamos ter a chance de bailar melhor dentro das nossas.
Um dia (quem sabe?) esse BAILADO deverá alcançar páginas mais duradouras do que as escritas por Rafael em folhas de papel pautado no distante ano de 1982. Tive o privilégio – logo que o poema acabou de ser escrito – de ser o primeiro a ler e a usufruir dele.
Tenho certeza, sim: essa dança vai se encaixar, ser entendida e se personalizar dentro de muitas outras pessoas. Que elas entrem no ritmo. Com urgência!
Hoje, Rafael dança por aqui e eu danço por ali, e, às vezes, dançamos perto um do outro. Um dia, os nossos bailados irão se misturar a todos os demais bailados, no momento em que começarmos a dançar na imensidão do infinito.
Por enquanto, vamos viver, amar, cantar e dançar! Vale a pena tudo isso!
Valdeci Ferraz - Recife, 5 de maio de 2010
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