algum anjo dorme nos tristes olhos
daquele menino que vende ovos.
Noturnos ovos, infinitos brancos
nos olhos negros anoitecem tanto
que escurecem de ânsia o menino
cujo peito a noite lacta de limo,
acocorado e colado num canto,
mudo, completamente em preto e branco,
pinoqueando a míngua disparada
até que o anjo do seu olho acorde
ilhe a ponte que o separa das águas
mesmo que a rua lhe seja um revólver
e a sua boca uma fome estrelada.
daquele menino que vende ovos.
Noturnos ovos, infinitos brancos
nos olhos negros anoitecem tanto
que escurecem de ânsia o menino
cujo peito a noite lacta de limo,
acocorado e colado num canto,
mudo, completamente em preto e branco,
pinoqueando a míngua disparada
até que o anjo do seu olho acorde
ilhe a ponte que o separa das águas
mesmo que a rua lhe seja um revólver
e a sua boca uma fome estrelada.
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