Tradução de Nelson Ascher
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Detenham os relógios, calem o telefone,
joguem um osso para o cão não ladrar mais,
façam silêncio os pianos e o tambor sancione
o féretro que sai com seu cortejo atrás.
Aviões acima, circulando em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ELE MORREU.
Pombas de luto ostentem crepe no pescoço
e os guardas ponham luvas negras como breu.
Ele era norte e sul pra mim, leste, oeste e tanto
meus dias úteis quanto o meu fim de semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
julguei o amor eterno: quem o faz se engana.
Apaguem cada estrela, joguem o sol fora,
ponham de lado a lua - nada disso agrada,
tirem o mar daqui, mandem o bosque embora,
porque tudo só pode agora dar em nada.
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Detenham os relógios, calem o telefone,
joguem um osso para o cão não ladrar mais,
façam silêncio os pianos e o tambor sancione
o féretro que sai com seu cortejo atrás.
Aviões acima, circulando em alvoroço,
escrevam contra o céu o anúncio: ELE MORREU.
Pombas de luto ostentem crepe no pescoço
e os guardas ponham luvas negras como breu.
Ele era norte e sul pra mim, leste, oeste e tanto
meus dias úteis quanto o meu fim de semana,
meu meio-dia, meia-noite, fala e canto;
julguei o amor eterno: quem o faz se engana.
Apaguem cada estrela, joguem o sol fora,
ponham de lado a lua - nada disso agrada,
tirem o mar daqui, mandem o bosque embora,
porque tudo só pode agora dar em nada.
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