segunda-feira, 22 de março de 2021

SUSPENSE – Cassandra Véras

 

Acompanho seu silêncio
com meu silêncio
e não é bastante.
Toco o limite plástico
da distância
e minha mão se perde
no portal mágico.

É um jogo de perguntas realizado
na sala atapetada
com cascas de ovos.
Reality show onde nós
somos quatro
e nos vemos
enquanto jogamos de fato:
pequena armadilha,
sutil campeonato,
e vencer talvez seja
um final impossível.

O que importa é o lance
é o que se desdobra,
a promessa de novos
e possíveis prazeres.
Seu riso, meu riso
os raros deslizes,
palavras que indicam
avanços e recuos,
a curiosidade que incide
sobre os pontos escuros:
suspense que arde
nas pontas dos dedos
nas mãos do futuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário