Adeus, cimos e vales e veredas,
e bosques e clareiras e campinas
soltas ao vento, sacudindo as crinas
das espigas de sol na luz de seda.
Adeus, troncos e copas e alamedas,
esmeraldas selvagens que as neblinas
salpicavam de prata, adeus, colinas
que iam subindo como labaredas
de cobalto no ar... Adeus, beleza
irrepetível, que me viu nascer
e toca-me deixar: a natureza
também é feita de deixar de ser,
e eu vivo agora a sombra e deixo a presa
à luz do provisório amanhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário