domingo, 25 de maio de 2014

Breve sono - Tarcísio Meira César

A leveza da pálpebra dormente

tinha, quando uma tarde adormeci:

uma pequena morte que morri,

muito aquém de algum sono, o mais ardente.

 

Parecia uma névoa dissolvente

de um momento breve que escondi,

feito do mais esquivo e suavíssimo

instante despregado do poente.

 

Morri um breve sono desde o além,

silencioso e só e sem lembrança,

como se em nada dissolvesse alguém.

 

Eu era como a tarde que morria

entre um pedaço da noite e a esquivança

de um instante escondido em pleno dia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário