Quando o Grão Lume surge do Oriente
e o negro manto desta noite afasta,
quando na terra o gelo se desgasta,
dissolvido ao calor de um raio ardente,
a minha dor, que o sono suavemente
anestesiara, acorda mais nefasta.
E, quando aos outros o prazer se gasta,
é que revive o meu, mais docemente.
Assim me impele uma inimiga sorte:
procuro a escuridão, fugindo à luz,
odeio a vida, desejando a morte.
O que ensombra outro olhar no meu reluz.
Se fecho os olhos, abre-se, num corte,
a dor profunda que a meu sol conduz.
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