Detém a inspiração e
o estro ousado
Passa altivo no mundo
o indiferente;
Que te importa o
sofrer mais apurado
A beleza, a ilusão, o
sonho ardente?
Tudo é vão, tudo
passa, tudo mente:
Do teu canto o vibrar
apaixonado
Disfarça muita vez um
tom magoado
E se inspira na dor,
na dor somente.
Sofra embora tua alma
em desatino
De não ser entendida,
atroz destino
Canta e segue a
penosa trajetória.
Dilacerem-te os pés
rudes abrolhos
Canta à luz da
alvorada a cor de uns olhos,
O mar, a imensidade,
o amor, a glória.
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