Não vim domar teu corpo esta noite,
ó cadela
Que encerras os pecados de um povo,
ou cavar
Em teus cabelos torpes a triste
procela
No incurável fastio em meu beijo a
vazar:
Busco em teu leito o sono atroz sem
devaneios
Pairando sob ignotas telas do
remorso,
E que possas gozar após negros
enleios,
Tu que acima do nada sabes mais que
os mortos:
Pois o Vício, a roer minha nata
nobreza,
Tal como a ti marcou-me de
esterilidade,
Mas enquanto teu seio de pedra é
cidade.
De um coração que crime algum fere
com presas,
Pálido, fujo, nulo, envolto em meu
sudário,
Com medo de morrer pois durmo
solitário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário