Querendo
a tudo amar, trago a alma dolorida,
porque
multipliquei a causa dos tormentos...
Frágeis
laços, grilhões inúmeros, cruentos...
Prendem
meu coração às coisas desta vida.
Tudo
a um tempo me atrai e enlaça-me igualmente:
Por seu
brilho, a verdade e seus véus, o mistério;
minh'alma
se une ao sol num raio de ouro, etéreo,
e em
mil fios de seda a cada estrela ardente...
A
cadência me prende à ária que triste evoca;
seduz-me
a veludez da rosa entre os abrolhos:
Eu de
um sorriso fiz o grilhão dos meus olhos
e fiz
também de um beijo a cadeia da boca!
Assim,
cativo sou dos seres que adoro, a esmo...
Suspenso
é meu viver nesta rede que o enlaça...
E
quando o menor sopro entre aqueles perpassa
sinto um pouco de mim se arrancar de mim mesmo.
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