PREDILEÇÃO
Amo os gestos estáticos, plasmados
numa atitude lenta de abandono;
certos olhares bêbados de sono
e a poesia dos muros desbotados...
Amo as nuvens longínquas... o reflexo
na água dos foscos lampiões... as pontes...
a sufocação ríspida das fontes
e as palavras poéticas sem nexo.
Mas, sobretudo, eu amo esses instantes
em que, coo dois pesos foragidos,
os meus olhos se embrenham, distraídos,
na natureza — como dois amantes...
...............
CAVALEIRO ANDANTE
Se vais em busca da Fortuna, para:
nem dês um passo de onde estás. . . Mais certo
é que ela venha ter ao teu deserto,
que vás achá-la em sua verde seara.
Se em busca vais do Amor, volta e repara
como é enganoso aquele céu aberto:
mais longe está, quando parece perto,
e faz a noite da manhã mais clara.
Deixa a Fortuna, que te está distante,
e deixa o Amor, que teu olhar persegue
como perdido pássaro sem ninho.
… Porém, ó negro cavaleiro andante,
se vais em busca da Tristeza, segue,
que hás de encontrá-la pelo teu caminho
Amo os gestos estáticos, plasmados
numa atitude lenta de abandono;
certos olhares bêbados de sono
e a poesia dos muros desbotados...
Amo as nuvens longínquas... o reflexo
na água dos foscos lampiões... as pontes...
a sufocação ríspida das fontes
e as palavras poéticas sem nexo.
Mas, sobretudo, eu amo esses instantes
em que, coo dois pesos foragidos,
os meus olhos se embrenham, distraídos,
na natureza — como dois amantes...
...............
CAVALEIRO ANDANTE
Se vais em busca da Fortuna, para:
nem dês um passo de onde estás. . . Mais certo
é que ela venha ter ao teu deserto,
que vás achá-la em sua verde seara.
Se em busca vais do Amor, volta e repara
como é enganoso aquele céu aberto:
mais longe está, quando parece perto,
e faz a noite da manhã mais clara.
Deixa a Fortuna, que te está distante,
e deixa o Amor, que teu olhar persegue
como perdido pássaro sem ninho.
… Porém, ó negro cavaleiro andante,
se vais em busca da Tristeza, segue,
que hás de encontrá-la pelo teu caminho
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