Poetizo sim.
Poetizo o inferno incontido,
poetizo o verso mal vivido,
poetizo, do abandono, o desamor.
Poetizo, em teias, o Universo,
o eterno, o frágil, o externo,
poetizo a dor.
E quanto mais serpenteio o papel,
mais e mais poetizo,
buscando a razão, o sentido,
do próprio eu criativo,
que em chamas me faz viver.
Poetizo o pôr do sol,
o verme, o rol,
a berne carcomendo.
Poetizo o lírico,
o insólito,
a dívida, a dúvida
e o loucamente preenchido vácuo do amor,
até que me faltem forças
e um grande poema me coma cedo,
antes que eu poetize a morte.
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