quarta-feira, 21 de julho de 2021

EXTRATO DO POEMA DE AMOR PÓS-COLONIAL – Natalie Diaz

 

Tradução de Belise Campos
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Aprendi que as pedras de sangue
podem curar uma picada de cobra,
Podem parar o sangramento
– a maioria das pessoas esqueceu disso
quando a guerra acabou.
A guerra acabou
dependendo de qual guerra você quer dizer:
aquelas que começamos,
antes disso, milênios atrás e em diante,
não terminamos
aquelas que me começaram, que perdi e ganhei –
essas feridas sempre florescendo.
Fui construída pelo pagar.
Então eu paguei o amor e, pior –
pago sempre por outra campanha a marchar
uma noite no deserto para o flash
de canhão da sua pele pálida
estabelecendo-se em uma lagoa
prateada de fumaça em seu peito.
Eu desmonto meu cavalo negro,
curvo-me a você, aí te entrego
A forte atração de todas as minhas sedes –
Aprendi a Beber em um país de seca.
Temos prazer em machucar, deixar marcas
O tamanho das pedras
– cada uma um cabochão polido
por nossas bocas.
Eu, seu lapidário, sua roda lapidária
girando – verde manchado de vermelho –
das gemas de jaspers do nosso desejo.
Existem flores silvestres no meu deserto
que levam até vinte anos para florescer.
As sementes dormem como geodos
sob a areia quente de minerais
até que uma enxurrada atinja o arroio, levantando-as
em sua corrente de cobre, se abrem com a memória –
elas se lembram do que seu deus sussurrou
em suas costelas:
Acorde e sofra por sua vida.

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