Os pássaros, os canteiros
cedo acordam com os coros,
luz plantada sobre os córregos
na chácara frente à casa.
Vendedores apregoando
cruzam com os automóveis,
levam nos seus tabuleiros
bananas, mangas, laranjas.
Uma palavra à cabeça
logo lhe sobe, sem graça,
gotejada de sinistras
notações, é o pecado.
Não a manhã com os coros
dos pássaros apesar
da fina chuva que cai
em todo mês de novembro.
O pecado da poesia,
os desacertos do poeta,
a luta para captar
a verdade das imagens,
o pecado de forjar
nas manhãs outra manhã,
e querer mudar o ritmo
do caminho das criaturas,
a teimosa gratuidade
de malhar em ferro frio,
a larva tirar da lama,
da canção da guerra, a paz.
Pecado de desejar
a palavra, que rebenta
com os bichos das caieiras
dos costumes diários, limpa.
Pecado de trabalhar
sem sujar as mãos e as unhas,
sem se mostrar no trabalho
aos irmãos, amigos, todos.
Pecado mortal do poeta
a poesia desdenhada
pelos pássaros em coro
na chácara frente à casa.
cedo acordam com os coros,
luz plantada sobre os córregos
na chácara frente à casa.
Vendedores apregoando
cruzam com os automóveis,
levam nos seus tabuleiros
bananas, mangas, laranjas.
Uma palavra à cabeça
logo lhe sobe, sem graça,
gotejada de sinistras
notações, é o pecado.
Não a manhã com os coros
dos pássaros apesar
da fina chuva que cai
em todo mês de novembro.
O pecado da poesia,
os desacertos do poeta,
a luta para captar
a verdade das imagens,
o pecado de forjar
nas manhãs outra manhã,
e querer mudar o ritmo
do caminho das criaturas,
a teimosa gratuidade
de malhar em ferro frio,
a larva tirar da lama,
da canção da guerra, a paz.
Pecado de desejar
a palavra, que rebenta
com os bichos das caieiras
dos costumes diários, limpa.
Pecado de trabalhar
sem sujar as mãos e as unhas,
sem se mostrar no trabalho
aos irmãos, amigos, todos.
Pecado mortal do poeta
a poesia desdenhada
pelos pássaros em coro
na chácara frente à casa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário