terça-feira, 1 de junho de 2021

SEM PORTO – Antônio Carlos Gomes

Pelo ar, procuro o lugar
Que o mundo me reservou
Aquele que nasceu no vento
É apenas mera fumaça
Que a corrente levou.
Sou como uma bexiga azul
Num espaço sem lugar
Sigo o rumo, em sofrimento
De nunca poder parar.
Num cenário de artimanhas:
Risos soltos... muitas manhas...
Procuro sempre agarrar.
Esta fumaça enegrecida
Voa nas encostas da vida
Sinuosa sem parar.
Busco um porto no ar
Este navio veleja torto
Sem saber onde é o mar.
E o vento leva... leva...
O vento só sabe levar

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