segunda-feira, 31 de maio de 2021

PENETRÁVEL – Aline Gallina

 

Ela soma o ar da janela.
Tropeça na mão direita a cada 20 segundos.
O dia cinza reflete em seu corpo
sujo.
Dois bólidos gigantes que se movem
no rosto –
Precisa escondê-los hoje
– caem para debaixo da cama.
Não guarda mais o segredo das cartas antigas,
eis a caixa da caixa!
Onde vive, morta para dormir
no necessário.
A paçoca de papel e capim, sua –
melhor amiga – do peito.
De quantas chamas é feito o dia?
24 goles ásperos e a cortina para
cada lado do ombro.
Perde as pontas dos dedos em cada passado.
Imprime a sombra no rosto, pois
a lua fere quando sorri.

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