Tradução de Maria Irene Ramalho
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Nas pedras quentes da vida naquele ano de breu,
Uma chuva irada, de sangue vermelha, choveu.
Sob as arremetidas daquela aridez molhada
Jardim algum se ergueu, ou cresceu haste tombada,
Como de um céu sem sol todo o dia choveu
E os homens voltavam das ruas de terror
Todos manchados daquele desnatural icor.
Sob a noite os amantes irritados não apagavam
A luz, mas por sobre o seu respirar escutavam
O som que ouve na morte quem está para morrer.
Cada um perguntava, e ninguém ousava dizer
Que ominoso sinal naquela torrente de fogo caía.
E jazíamos toda a noite, enquanto em cima chovia
Forte a chuva de pingos como se sangrasse o céu;
E cada madrugada despertávamos para aquele escarcéu
E os homens sabiam que podiam estancar a ferida,
Mas todos amaldiçoavam a cidade acometida,
Os telhados culpados pela chuva fustigados.
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Nas pedras quentes da vida naquele ano de breu,
Uma chuva irada, de sangue vermelha, choveu.
Sob as arremetidas daquela aridez molhada
Jardim algum se ergueu, ou cresceu haste tombada,
Como de um céu sem sol todo o dia choveu
E os homens voltavam das ruas de terror
Todos manchados daquele desnatural icor.
Sob a noite os amantes irritados não apagavam
A luz, mas por sobre o seu respirar escutavam
O som que ouve na morte quem está para morrer.
Cada um perguntava, e ninguém ousava dizer
Que ominoso sinal naquela torrente de fogo caía.
E jazíamos toda a noite, enquanto em cima chovia
Forte a chuva de pingos como se sangrasse o céu;
E cada madrugada despertávamos para aquele escarcéu
E os homens sabiam que podiam estancar a ferida,
Mas todos amaldiçoavam a cidade acometida,
Os telhados culpados pela chuva fustigados.
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