Faz muito tempo
que não escrevo nada,
A minha lira
usada, enferrujada,
Abandonada ao
tempo e desprezada,
Chora de dor,
cansada, desgraçada.
Foi numa noite,
assim, de madrugada
Ela não quis
falar. Ficou calada.
E embrutecida
minha mão gelada
Arremessou-a em
meio a caminhada.
Mas hoje minha mão
já calejada
Corre estendida
pela mesma estrada
Em busca de uma
estrofe apedrejada.
De um verso sobre
minha vida errada.
E a lira pelo
tempo estraçalhada
Não tem nas cordas senão rima em ada.
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