quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

EM CENA – Jurema Barreto de Souza

 

Um corpo
que não me comporta
tantas almas tortas em mim,
umas vivas outras mortas,
a reprise é necessária.
Em ciclos de cinema
acontece a vida,
o roteiro pouco muda
filme de arte ou dramalhão.
O que importa é ser o diretor
que vê a cena e a poesia.
E a mão que tira do abismo
brega ou chique
depende do champanhe ou da sidra.
Cena final:
as flores estremecem
no verde do meu vestido
nunca amadurecer a esperança
nunca apodrecer o desejo.
A paixão é boa sempre,
por uma noite ou para sempre.

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