sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

POEMA - Andrée Chedid

 

Tradução de Adriana Lisboa
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Os mortos de rostos exauridos se aprumam
A língua dos humilhados incha
Tempestuosa se ergue a maré das vítimas
Mas cuidado portadores de cicatrizes!
Apaguem em sua carne os vulcões do ódio
Esmaguem as picadas e cuspam fora o veneno
que os acumpliciariam um dia aos carrascos
Sufoquem esses clarins
Esses chamados que forçam
A semelhança que preside o talião
Questionem suas vísceras
Perfurem suas máscaras
Sejam outros!

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