segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

TRAÇADO - Luís Pimentel

 

O poema é como a aranha,
vai vivendo do que tece.

Se o campo é vasto, ele cresce.
Se a terra é seca, ele míngua.

O poema é uma íngua:
inflama quando adoece.

Do poema só se colhe
o que o poeta semeia.

E como a aranha,
se envolve, em sua teia.

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