segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

IMAGEM – Alberto Correia de Lacerda

 

No firme azul do desdobrado céu
decantarei a límpida magia
das sensações mais puras, melodia
da minha infância, onde era apenas Eu.

Da realidade nua desce um véu
que, já sem mar, apenas maresia,
me vem tecer aquela chuva fria
que prende esta janela ao claro céu.

Despido o ouropel desvalioso,
já não apenas servo, mas o Rei
da luz da minha lâmpada romeira,

Assim procuro o centro misterioso
do mundo que hoje habito, onde serei
concêntrica expressão da vida inteira.

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