segunda-feira, 13 de julho de 2020

ESPERA – Jacob Ohana

Te insinuas, às vezes vens concreta,
ou apenas deserta a sombra engana;
de ti contrasta a luz que não te afeta
posto que o corpo ela própria afana.

Te insinuas. As mãos na porta aberta,
preenches a um tempo os meus espaços
na pressa de chegar que torna incerta
as linhas irreais de tantos traços.

Vens adversa como a pomba em fuga
e raramente pousas com clareza
como se indo já voltando fosses

Assim é que em ti nada perdura
enquanto forem a dúvida e a certeza
o início e o fim das tuas luzes.

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