Tradução de Rafael
Rocha
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Quando fores
dormir, ó bela tenebrosa,
Em teu escuro e marmóreo túmulo, e não
Tiveres por alcova e abrigo senão
Uma terra deserta e uma tumba chuvosa;
Quando a pedra, a ferir tua carne medrosa
E teus flancos sensuais com insana exaustão,
Impedir de querer e bater o teu coração,
E os teus pés de andar por senda aventurosa,
O túmulo, no qual agora eu me abandono
- A morte sempre há de entender o poeta -,
Nessas noites infindas em que nos foge o sono,
Dir-te-á: "De que valeu, ó puta indiscreta,
Ao pé dos mortos ignorar o lamento?"
- E o verme roerá teu corpo em remorso lento!
Em teu escuro e marmóreo túmulo, e não
Tiveres por alcova e abrigo senão
Uma terra deserta e uma tumba chuvosa;
Quando a pedra, a ferir tua carne medrosa
E teus flancos sensuais com insana exaustão,
Impedir de querer e bater o teu coração,
E os teus pés de andar por senda aventurosa,
O túmulo, no qual agora eu me abandono
- A morte sempre há de entender o poeta -,
Nessas noites infindas em que nos foge o sono,
Dir-te-á: "De que valeu, ó puta indiscreta,
Ao pé dos mortos ignorar o lamento?"
- E o verme roerá teu corpo em remorso lento!
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