Capibaribe e o Mar
(poema de Félix de
Athayde musicado por Jairo Simões)
Das margens do
Capibaribe
eu vejo o rio
passar
são águas do alto
sertão
são mágoas que vão
para o mar
Capibaribe -
carinho
na pele da terra a
correr
ó rio de águas
escuras
como um tacho na
fervura
de mel de engenho
bangüê
mas que no fundo
são doces
e verdes como se
fossem
caldo-de-cana à
correr
Rio, ó rio-facão
cortando o meu
sertão
corrimão para gente
que desce ao litoral
Rio, ó rio caçoá
traz bagaço de cana
traz o sumo do
verde do canavial para o mar:
é por isso que o
mar é verde
é por isso que é
verde o mar
é por isso que o
mar, o mar, o mar
parece um canavial
Capibaribe um
capricho
faz sempre prevalecer
Trazer o verde pra
o verde
e no verde também
morrer
trazer o verde pra
o verde
e no verde também morrer
e no verde também morrer
............................
ARENGA
félix fúria foice
e martelo
cidadão como um
cão
danado da vida
porque a vida
está custando
os olhos da cara
porque a vida está
cara
como uma joia
porque a vida está
pela hora da morte
repito (eu: vocês)
félix fúria foice
e martelo
farto até os bagos
de barriga vazia
promessa não enche
barriga
félix feixe de
vida
farto da fúria do
lucro
feito foice
martela
teu ouvido
chegou a hora
chegou a hora
agora
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