Emigre... tudo
despreze
e o sol requeime
as raízes
para que leve me
pese
a vida noutros
países...
Leva-me um som que
me perde
e afunda no mar
sem fim
da minha vida: mar
verde
também náufrago de
mim.
Voe onde o mar já
é céu!
longe, onde o céu
se desprende...
Que nem me quis,
nem perdeu,
tão perto a vida
me prende!
Ó emigrante de
mim,
que sempre ao cais
me regressa
esta viagem sem
fim
onde a ausência
não começa!
Ah! que eu fosse e
lá ficasse,
ou voltasse, ou
fosse ao fundo!
Mas sem máscaras
na face,
e sem dar a volta
ao mundo!
Encontrar consolação,
desilusões, ou
morrer...
Verdades são
ilusões;
esperanças
quero-as ter...
Se nos céus uma
donzela
branca flor ergue
na mão
ninguém tem os
olhos nela,
só a tem no
coração.
Ou seja: que tudo
existe,
e em nós é eco:
responde.
E a vida só nos é
triste
por não sabermos o
aonde.
Como um astro que
circundo,
tão belo mundo
infinito,
sinto a vida ser
um mundo
que é só meu e não
habito.
Pois donzelas, são
assim,
os dias da minha
idade,
e os enamoro de
mim,
desculpado da
saudade.
O tempo já me não
foge,
mas sim comigo vem
ter;
Já vivi o tempo de
hoje
antes de ele me
viver.
Eis-lhe saudades
agora
quanto outras
mágoas maiores
já me levaram
embora
fugido doutros
amores.
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