Deslumbrado cheguei
chorando à terra, um dia;
e, do lauto festim
da vida, achei-me à mesa;
sempre libei
cantando a taça da Alegria
embebedou-me
sempre o vinho da Tristeza.
Esplêndidas visões
trouxeram-me à porfia
as ânforas do
Amor; e de volúpia acesa,
minha boca de boca
em boca um mosto hauria,
que de tédio me
encheu por toda a Natureza.
Dá-me a velhice a
taça; eu das paixões prescindo;
e, ébrio, ascendo
a espiral de um sonho delicioso,
no vinho da
Saudade achando um gosto infindo...
Parece-me o
passado um rio luminoso,
onde vogo a rever,
pelas margens florindo,
a dor, que ao longe tem as seduções do gozo!
a dor, que ao longe tem as seduções do gozo!
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