terça-feira, 28 de outubro de 2014

Inquietude – Laura Limeira

Passeio nas ruas, atravesso avenidas
Dobro esquinas, caminho nas calçadas
O tempo claro tornou-se escuro
E a chuva miúda vai espalhando
Um cheiro agradável de terra molhada...

O tempo nublado e a melancolia
Faz-me sentir triste, vazia...
Na rua, o barulho é tremendo!
Caminho apressada, com medo de tudo
Tomo um café na esquina
Arrumo o casaco, e sigo em frente...

Entro na loja e te busco entre aromas
Colônias, sabonetes, loções...
Volto para casa, escrevo um poema
Escuto aquela nossa música
Você está tão longe...

Escuto o telefone, quem dera fosse você...
Abro a caixa dos correios e não há nada lá
Tomo um banho, coloco o nosso perfume
Entro no quarto e deito-me à relaxar
Mas tua foto sorri na cabeceira da cama
Deixando-me nervosa a me desequilibrar...

A noite adentrou na madrugada
E a cidade lá fora continua nublada
Há muito a saudade só atormenta
Roubando-me a paz, deixando-me insone
Fazendo-me zanzar para lá e para cá
Deixando-me inquieta pelos cantos da casa
Nos recantos que há...

Insisto em escrever, tento ler
Aquietar-me...desisto!
Retorno às ruas, passeio, atravesso avenidas
Dobro esquinas, caminho nas calçadas...

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