quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Sempre – Domingos do Nascimento

Quando outrora parti, era em plena alvorada,
A estrela –d’alva ardia ao cimo da montanha.
E do planalto olhando, oh surpresa tamanha!
Morria a estrela-d’alva à beira-mar  tombada...

E me vendo passar nessa corrida estranha
Da mocidade em flor, me disse a sorte airada:
- Como hás de ser feliz em tua glória, ganha
Nesta da vida esconsa e misteriosa estrada?!

Desci: e anos sem fim, sempre visões ignotas
Que almas fazem gemer, como naus entre fráguas
Numa desolação atroz de velas rotas...

Ó taças de cicuta! Ó flores de ópio! Trago-as
De parceis em parceis, de ilhotas sobre ilhotas,
Olhos para o alto-mar das infinitas mágoas!

Um comentário:

  1. Foi aluno da Escola Militar do Rio de Janeiro.Seu nome
    Domingos Virgílio Nascimento
    Guaraqueçaba 31/05/1863 - Cuitibia 30/08/1905
    ...............................
    Mais um poeta que já partiu, mas que fica aqui muito
    bem.
    Um abraço
    Irene Alves

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