Acaso essa mulher -
creio tê-la visto sempre -,
que me olha do meu
modo
desde aquele imenso
espelho,
que ostenta meu
vestido azul
e leva este lenço
de cor dando voltas
em ondas pelos ombros
- parecia mais
contente instantes atrás -,
não sou eu.
É possível duvidar
dos espelhos?
E da calóptrica e suas leis?
E das imagens
sensatas?
Anos que levo
mirando-me em seus rostos,
duvidando seriamente
de sua fidelidade.
Anteontem o busto de
Ifigênia, filha de Agamenon,
Rei de Micenas e de
Argos,
nesta manhã, Joana,
embandeirada e resoluta,
Virginia Woolf de
tarde, pasmada de mar,
amamentando crustáceos.
Agora, quem se
atreverá a dizer-me
que essa mulher aqui
diante
e sentada frente ao
espelho,
sou eu, setenta vezes
eu,
sem
mirar-se antes nele?
Com sua autorização, vou colocar este no meu blogue
ResponderExcluirhttp:/intemporal-pippas.blogspot.pt
Obrigada.
Cumprimentos
Irene Alves