sábado, 11 de outubro de 2014

Amigos – Otacílio Colares

Amigos valham os bons, poucos que sejam,
Que nisto pouco importa a quantidade,
pois quase sempre é de infidelidade
o tom daqueles que demais cortejam.

Amigos versos fáceis não bafejam,
pois sabem que o que conta é qualidade
e na alma infundem só sinceridade,
quando de alguém a face acaso beijam.

Amigos quer-se-os como os vinhos raros
- sutis no odor, no paladar, discretos,
quanto mais simples, tanto mais amados.

E de assim serem poucos, são tão caros
que, quais doces pecados, e secretos,
são no íntimo do peito conservados.

Um comentário:

  1. 1918-1988. Bacharelou-se em Direito, exercendo,
    porém, a actividade jornalística.
    Um bom poema.
    Um abraço
    Irene Alves

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