(Tradução
de Castro Alves)
Não recues! De mim
não foi-se o espírito...
Em mim verás - pobre
caveira fria -
Único crânio que, ao
invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual
tu: Na morte
Arrancaram da terra
os ossos meus.
Não me insultes!
empina-me!... que a larva
Tem beijos mais
sombrios do que os teus.
Mais vale guardar o
sumo da parreira
Do que ao verme do
chão ser pasto vil;
- Taça - levar dos
Deuses a bebida,
Que o pasto do
réptil.
Que este vaso, onde o
espírito brilhava,
Vá nos outros o
espírito acender.
Ai! Quando um crânio
já não tem mais cérebro
...Podeis de vinho o
encher!
Bebe, enquanto inda é
tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus
fordes nos fossos,
Pode do abraço te
livrar da terra,
E ébria folgando
profanar teus ossos.
E por que não? Se no
correr da vida
Tanto mal, tanta dor
ai repousa?
É bom fugindo à
podridão do lodo
Servir na morte enfim
p'ra alguma coisa!...
George Gordon Byron, 6º. Barão Byron, nasceu em Londres
ResponderExcluir22/01/1788 e morreu em Missolonghi, 19/04/1824.
Passados 190 anos o amigo insere aqui um seu poema.
Se prova fosse precisa, de que os poetas nunca morrem...
Um abraço.
Irene Alves