Tradução de Duda
Machado
A sós com nossa loucura e flor favorita
Vemos que não sobra mesmo nada sobre que escrever
Ou seja, é preciso escrever sobre as mesmas coisas de sempre
Ao mesmo custo, repetindo sempre e sempre as mesmas coisas
Para o amor continuar e ser pouco a pouco diferente.
Colmeias e formigas têm que ser reexaminadas eternamente
E a cor do dia fixada
Centenas de vezes e variada do verão ao inverno
Até ser modulada ao compasso de uma autêntica
Sarabanda que se agita ali, viva e em repouso.
Só assim pode a crônica desatenção de nossas vidas
dispor a nosso redor - conciliatória
E com um olho nessas longas brônzeo-aveludadas sombras
Que falam tão fundo ao despreparado conhecimento
De
nós mesmos – o que dizem os instrumentos de nosso dia.
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