Tradução de Julio Luís Gehlen
Para cruzá-la ou não
cruzá-la
eis a ponte
na outra margem
alguém me espera
com um pêssego e um
país
trago comigo
oferendas desusadas
entre elas um
guarda-chuva de umbigo de madeira
um livro com os
pânicos em branco
e um violão que não
sei abraçar
venho com as faces da
insônia
os lenços do mar e
das pazes
os tímidos cartazes
da dor
as liturgias do beijo
e da sombra
nunca trouxe tanta
coisa
nunca vim com tão
pouco
eis a ponte
para cruzá-la ou não
cruzá-la
e eu vou cruzar
sem prevenções
na outra margem
alguém me espera
com
um pêssego e um país
A ponte é sempre um meio.
ResponderExcluirNem todos têm coragem de a atravessar.
Gostei.
Um abraço
Irene Alves