(Tradução
de Antonio Miranda)
Quando abri meu
coração, havia dentro
um deus ferido;
caía pela face
esquerda
até romper a luz
e estremecer a terra.
Quando abri meu coração
Quando abri meu coração
havia uma oliveira
incendiando entre raios.
Percutia o punho dos
vazios
e brandia seus braços
o estrago.
Quando abri meu
coração,
as fráguas não mais
ardiam,
mas o duro golpear
dos ferros
arrastava
estrondos carcerários
e suspiros.
Quando abri meu
coração,
o poema, viu a
descarnada face da guerra,
de seus lábios saíram
os adeuses,
houve tremores noturnos
e a silenciosa fuga
das estrelas.
Quando abri meu
coração, rompiam-se a pena,
o roído, o pó
e as últimas palavras
desencontradas,
os olhos na sombra
submersos
as lembranças insones
revolvendo-se no
vazio.
Quando abri o
coração,
as
lágrimas do mundo eram maiores!...
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