Persigam-te as
prisões fortes do meu ciúme
- Invisíveis grilhões
de desejo e de zelo:
Prendam-te as mãos,
os pés, as ondas do cabelo,
O olhar, o hálito, a
voz e o que em ti se resume.
Vibre o som desse
andar, vague o doce perfume
Dessa carne pagã,
causa do meu desvelo,
Mando que te
acompanhe o eterno pesadelo
Deste amor que ainda
mais temo em dor se avolume.
Ronda-te o meu olhar,
como o olhar de um morcego
Varando o brumo véo
de uma noite de crime,
Prescrutando, a
seguir-te - onde chegas eu chego.
Foges? Em vão fugir -
o ciúme priva a fuga...
E esse amor que te
busca e te cerca e te oprime,
É o
mesmo que me aflige, acovarda e subjuga.
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