sexta-feira, 14 de junho de 2019

ANOITECEU – Angélica Torres

Os homens inauguram-se bruscos
como monumentos.
Toscas palavras de sal.
Dormem secas as cascas
lacrimais da madrugada
desvirginada por galos e cães
Em geometria abismal
bebem as torrentes
do sono aceso.
E o sangue foge
para um campo
vazio e sem lamas,
enquanto a Via Láctea
espreita
o leite latino
da transmutação.

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