segunda-feira, 17 de junho de 2019

O ESTRANHO – Alexandre Marino

Não passas de um intruso nesta manhã de sol,
mesmo que mil olhos abandonem os espelhos
e se acerquem de teu desespero inominado.

Inóspito é o mundo a construir-se à tua volta.
São anticorpos a expulsar o objeto estranho
porque todos os tempos são indecifráveis.

Entregam-te o caos para que o ordenes,
o circo onde duelam felicidades e tragédias,
destroços de vidas para que as reconstruas.

Não há volta ou refúgios para a viagem,
mas um horizonte trancado a chave.
Ali interromperam a tua eternidade.

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