quarta-feira, 10 de junho de 2020

AS RAÍZES – Gabriela Carnavale


O amor que criou raízes
Eu nunca pude esquecer

Ofereci como uma flor
a quem era digno apenas de pedras

A tristeza segue me lapidando
e não o contrário
Sou maleável como argila
E tomo a forma que a solidão deseja

-Às vezes sou um pássaro
Preso na gaiola da paixão
Outrora sou a própria saudade
Me encarando no espelho-

Certa vez me disseram:
-Não há luz no fim do túnel
para quem está cego de amor

Mas eu sou poeta!
E não há poesia
Sem essas sensibilidadezinhas

E assim nascem os versos
Que vou pichando
Nos becos escuros do coração

O outono pode chegar e derrubar
Todas as folhas do amor
Mas suas raízes seguirão intactas
Independente da estação

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